Sobre Terreno Firme, Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, 2022
O desenho como dispositivo agrimensor e prática pluriforme:
A exposição aqui patente tem como assunto o estabelecimento de relações de encadeamento a partir das ideias de Corpo/Casa/Cosmos e pretende reflectir a produção autoral realizada durante o mestrado em artes plásticas, no ramo de desenho.
Principiada através da conciliação de elementos variados, encontrados na esfera doméstica, com referências e estímulos das mais diversas áreas, esta investigação analisa uma das necessidades basilares que o ser humano apresenta, a de saber onde se situa. Move-se em torno do mapa, num gesto duplo: recorre a um mapeamento contextual e denuncia a estrutura de quem mapeia. Ao longo do seu desenvolvimento, foram recolhidos registos espaciais, gestuais e metafóricos que circundam a ideia de casa e que se orientam segundo a nomenclatura: o mapa que situa > a casa que é corpo > o corpo que é situação. Na prática, estas ideias são exploradas através de estratégias diagramáticas e recolectoras, no campo do hiperdesenho, onde o pluriforme se assume. O desenho é entendido como ferramenta agrimensora, que pensa e mede o real.
A cadência Corpo/Casa/Cosmos é dada a pensar num movimento contínuo de redescoberta, de encadeamentos múltiplos.
